segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SELENA - PARTE II

Ding-dong. Alguém abriu a porta. O tempo parou, não se ouvia os pássaros, pessoas, carros ou sequer o vento, tudo emudeceu. Selena não sentiu sua respiração, seu coração acelerou, seus olhos estagnaram em alguém que fez o mundo girar mais devagar. Selena em pé na frente de um rapaz, belo, estatura mediana, moreno claro, olhos verde água, cabelos castanhos com um corte rebelde, estilo moicano, braços e peitorais fortes. O rapaz em pé, na frente de Selena. Nenhuma palavra, apenas olhares fixos, uma troca de energia, uma chama que preenchia o frio interior da bela sonhadora. Selena estendeu os braços, não disse nada, apenas estendeu os braços, pois não conseguiu projetar uma palavra. O rapaz estendeu os braços, seus olhos ainda se penetravam. Ele pegou a oferta e suas mãos se tocaram levemente, seus corpos se imploraram naquele momento. Selena virou e andou, apenas andou, não correu, fez a única coisa que conseguiu idealizar no momento. Passos firmes, um pé, depois outro... Assim foi até entrar em sua casa, trancar a porta e ignorar sua mãe que, movimentando os lábios e fazendo muitos gestos, não era ouvida. Ao entrar em seu quarto sentiu o ar voltar a seus pulmões, respirou profundamente, como se tivesse sobrevivido a um quase afogamento, o mundo voltou a emitir sons. Tudo havia voltado a um estranho normal, seu quarto ainda era o mesmo, mas tinha um colorido diferente, especial. A releitura de Monalisa na parede parecia sorrir mais, o ar tinha um estranho clima de chuva, daqueles ares agradáveis que a memória guarda de momentos bons... Selena se viu envolvida por um sentimento até então desconhecido: A paixão!
Sábado à noite. Como tantos outros a jovem ignorou o pedido das amigas e resolveu ficar em casa, desta vez, por um motivo mais especial, queria observar pela janela e descobrir o que pudesse sobre a pessoa-visão que teve naquela manhã.
A campainha toca repetidamente. Selena se irrita, pois ninguém atende à porta. Teriam todos saído sem avisar? Contrariada, desceu as escadas e ao atender à porta: Felipe! Disse o belo rapaz com um olhar sedutor. Selena! Retribui a garota sem muito pensar. Após alguns segundos de silêncio, Felipe lhe entrega a bandeja e agradece em nome de seus pais a gentileza pela receptividade. Sentindo a espontaneidade do garoto, Selena sorri e responde que não havia sido nada demais, já que era hábito de sua mãe preparar torta para recepcionar bem “novos vizinhos”. Mesmo não sendo verdade, foi a única resposta que lhe veio. Para quebrar mais um silêncio que se estabelecia, Felipe perguntou se ela conhecia os locais frequentados por jovens da idade deles naquela cidade, já que não havia mudado apenas de cidade, mas sim, de Estado, tendo vindo de São Paulo.

Um comentário:

  1. To até vendo onde vai parar essa Selena...gravida e abandonada...rs rs rs...

    abração...não vá fazer uma novela de 180 capitulos...a não ser que poste todos os dias...

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