quinta-feira, 29 de setembro de 2011

BULLYING

Vamos falar de modismo! Surpreendente como se fala de Bullying atualmente, sendo que até pouco tempo atrás o nome do momento era “hiperatividade” e, antes disso, “déficit de atenção”. Não que estes problemas escolares não existiam ou existam, bem pelo contrário, existem sim e são presentes há muitas décadas! Apenas não tinham recebido nomenclatura.
O fato é que virou moda especular temas do gênero. Se o assunto é déficit de atenção: “Meu filho tem déficit de atenção”. Se o assunto é hiperatividade: “Pronto, solucionado o problema do meu filho, ele tem hiperatividade!”. Agora é Bullying...

No início do meu curso de psicologia eu estudei este assunto, e olha que não era dos mais recentes, recordo-me que a Doutora Simone Meyer citou tratar de um fenômeno estudado na Noruega na década de 70, sendo assunto dos estudiosos brasileiros a partir da década de 80, ou seja, faz mais de 40 anos que estudam o assunto e, hoje, é o assunto do momento: “Chamaram meu filho de gordo na escola! É Bullying!”.
Para os leigos no assunto, uma breve explanação para que compreendam o conteúdo do texto: Bullying é um conjunto de comportamentos agressivos, repetitivos e intencionais, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento (basicamente).
Como puderam analisar, para que um indivíduo possa ser vítima de Bullying, este tem de sofrer REPETIDAMENTE as agressões, sejam verbais, físicas ou psicológicas. No entanto, devido ao modismo e ao amplo mercado que se abriu a partir da questão, qualquer xingamento deferido a qualquer pessoa recebe o título BULLYING. Generalização, banalização, depreciação...!
Estão vendendo o Bullying! Bullying em forma de livro, de CD, de história em quadrinhos, de palestras, em telejornais, revistas... Capa da semana: “Bullying! Veja como este menino se livrou da perseguição na escola! E mais, exclusivo: Atriz famosa declara ter sofrido Bullying no colégio por ser obesa, descubra quem é na página 10”. E lá está mais uma esquecida atriz, magra e photoshopada, tentando se auto-promover e voltar para a mídia.
E não é inacreditável como as pessoas compram modinha? Em roupas, nas dietas milagrosas (da sopa, do abacaxi, da ração humana)... Também compram ideias. O problema, como já disse (ou insinuei?), é a deturpação e a banalização dessas ideias. É fundamental que as pessoas busquem conhecimento, informação e deixem de comprar ideias prontas!
Seu filho não sofre de Bullying! Apenas o chamaram de gordo porque ele está acima do peso! Pare de mandar iogurte, bolacha recheada, fandangos, chocolate e outras porcarias nada saudáveis para o lanche no intervalo do colégio, que, certamente, será um enorme passo para uma mudança do seu filho, da postura dos amigos para com seu filho e, principalmente, da sua postura quanto vítima secundária!
Mais informação e ação. Menos modismo... #Ficaadica.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FELICIDADE...

Quando a alegria tomar conta do teu ser, da tua alma...
Não questione aos céus, ao universo, a ninguém...
Simplesmente sinta-a e desfrute cada milésimo de segundo...
"Estar feliz por si só é a forma plena de felicidade!"
Compartilhe, divida... Multiplique!
Grite aos próximos em forma de oração...

Aproveito esta "coisa" boa, esta vontade de viver e compartilho o link de um vídeo que produzi a algum tempo... Have you ever seen the rain?



Forte abraço e feliz quarta a todos!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

DIREÇÃO NO INTERIORZÃO

Quem reclama do trânsito nas cidades grandes, não sabe o que é dirigir no interior do Estado de São Paulo. Se nas metrópoles o problema são os congestionamentos em horários de pico, analisem a situação, em período integral, de quem se arrisca no trânsito interiorano:
Há coisas que só quem vive em cidade pequena vê... E só vendo para crer! Alguma vez vocês foram impedidos de seguir por ter uma charrete na sua frente? E uma charrete com som? Do tipo que toca muito alto aquele sertanejo depressivo, cuja letra se refere justamente à sua triste e recente história? Pior que não conseguir ultrapassar o largo obstáculo que ocupa a rua, é chorar no volante e ter que ligar para o terapeuta para retomar a terapia.
Diferente dos OVNI’s, os “objetos” no interior são bem identificáveis! Além do exemplo citado acima, temos o(s) cavalo(s), o(s) boi(s)... O ciclista! Por que ciclista acha que tem direito a trafegar na contramão? E por que o indivíduo na bicicleta acha que tem direito a vagar na frente dos carros em zigue-zague como se fosse imortal? Ou são camicases ou são malucos que pensam que estão dirigindo carro! Desculpe, mas nas vezes que dirigi em São Paulo, não vi nada do tipo, e olha que eu observo hein!
Mas é claro, não podemos deixar de citar os pedestres! Ah! Os pedestres! Alguém explica para eles que os riscos brancos paralelos na esquina foi batizado de FAIXA DE PEDESTRES, justamente em homenagem a eles? É incrível como o famoso circular para no ponto e, justamente quando você vai passar do lado, aparecem cabeças de trás do ônibus observando se está livre para atravessar a rua... E geralmente estão puxando as crianças, a próxima geração que crescerá desconhecendo a tão desprezada faixa.
Então ponderem comigo: Certo dia você acorda atrasado e segue para o seu trabalho, no caminho você desvia de um cavalo, de um boi, (ou de um boi perseguindo um cavalo [não duvidem]), aguarda enquanto o cara da frente resolve o problema mecânico de sua bicicleta, ao ver o circular, você se adianta e já dá uma buzinadinha para alertar as cabecinhas que certamente aparecerão, mas... Trava na carroça com som! Você para, respira, chora ouvindo a letra, aguarda e segue... No quarteirão do seu trabalho você vai procurar uma vaga para estacionar:
“Aqui não, vaga para deficiente... Aqui não, vaga de idoso... Aqui não, vaga para moto... Aqui não, carga e descarga... Aqui não, é garagem... Aqui não, porque guardaram a vaga com cones... Aqui não, porque o cara simplesmente resolveu pintar a guia em frente ao comércio dele de amarelo...”

○!◙#¤!ῳ?ٍ&(!Ѡ§¤?#/°$¨!  #Quando vão inventar o teletransporte?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

BONS x MAUS COSTUMES

Interessantíssimo o quanto os valores e costumes mudam, os bons e os maus! Valores e princípios norteiam nossa infância através de nossos professores, padrinhos, tios e outras pessoas importantes de nosso círculo familiar... O problema, no meu ponto de vista, é que está havendo uma inversão de valores e uma perda dos bons costumes.
Na escola, toda vez que a diretora entrava na sala de aula, todos os alunos levantavam-se e desejavam em coro um “bom dia Dona Regina!”. Não me recordo de alguma vez ter feito isso com má vontade, acho que porque já fazia parte da rotina o respeito àquela figura importante. Acredito que aí já adquiríamos o respeito à hierarquia, tanto usada em todos os âmbitos da vida.
Ainda no colégio, antes de entrar em sala de aula, cantávamos o Hino Nacional com a mão no peito e não era permitido o uso de bonés... Respeito à Bandeira Nacional e hino na ponta da língua também eram importantes na década de 80. “Em teu seio pessoal... não em teus seios...”, apontava a professora.
Após um dia atarefado na escola, ao chegar em casa, as obrigações para com a família também tinham de ser rigorosamente cumpridas. Exigência imposta pelo olhar-advertência de minha mãe.
Eu tinha uma tia andarilha, do tipo rebelde que optou pelo mais difícil na vida em nome de um “amor”. Vez ou outra ela ia até a minha casa para tomar café com as crianças e, toda vez que ela chegava, tínhamos que beijar sua mão direita e pedir-lhe benção.  Meus irmãos e eu não gostávamos muito, afinal, ela não lavava as mãos e, acho, sequer tomava banho. Mas beijávamos, fazíamos fila e pedíamos a “bença”, assim como seus vários filhos faziam com a minha mãe... Mas minha mãe lavava as mãos sempre, rs.
O que quero dizer é que por mais que não gostássemos de algo, ou tivéssemos que fazê-lo por “obrigação”, fazíamos! E não morremos por isso! Não olho para trás e vejo como algo ultrapassado ou como “coisa de gente antiga”, como dizem por aí! Bem pelo contrário, todos os meus irmãos cresceram, estudaram, tem trabalhos dignos e acredito que seja devido à capacitação que a boa educação, valores e princípios nos reservaram.
Engraçado, senão triste, como os valores são inversos hoje em dia. Os alunos não pedem sequer licença pra entrar em sala de aula, não obedecem ao professor... Levantar-se então para o diretor ou coordenador, nem em sonho! Isso tudo é taxado por muitos como brega, antiquado e adjetivos do gênero. Mas xingar o professor, não cumprir o dever, não saber cantar o próprio Hino do País, tudo isso parece normal no século XXI.

Benção? O que é isso? Talvez repetir a questão: “Respeito, o que é isso?”
Até quando enterraremos os bons e velhos costumes? O que mais precisa acontecer para que haja uma mudança de postura? Uma criança armada atirar nas costas de um professor e se matar? Ah, não... Isso já aconteceu...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

NÃO GOSTO DO FUTEBOL

Não gosto do futebol. Ok! Talvez não tenha me expressado direito. Quando digo que não gosto de futebol, não me refiro à arte do esporte, mas sim, ao comércio e à fixação das pessoas que possuem a capacidade de tornar algo belo em horrendo.
O Brasil é mundialmente conhecido por este esporte, que hoje, é mais que uma religião, pois os pais batizam a criança desde o berçário com uma roupa do time do coração. Batismo na igreja demora um pouco mais ou, em alguns casos, fica pro adulto decidir mais tarde qual quer seguir.
O que discordo plenamente e o ditado “tudo é ruim em excesso” me apóia, é com o que fizeram com o futebol. Futebol comércio! Venda de camisas oficiais a valores exorbitantes, venda de ingressos para jogos a preços surreais, mesmo para aqueles que já pagam o tão famoso Clube, se for no camelô então, ingresso ao triplo do valor (e alguém tem dúvida que parte dos ingressos já é reservada para estes?).
Futebol profissão. Ótimo. Alguém pensa em conquistar com trabalho o dinheiro que um jogador de futebol profissional ganha em sua vida? Considero um erro os valores pagos à estes profissionais, que diferente dos torcedores, não estão ali pela camisa, e sim, pelo Clube que melhor paga, tanto faz se brasileiro ou internacional. Professores, base de tudo, são mal pagos, desvalorizados e não possuem sequer, na maioria dos casos, condições de trabalho.
Mas o pior de tudo é o futebol torcida. Cada um sabe o que faz com seu dinheiro, mas receber pouco mais que um salário mínimo, gastar com camisa do clube, boné, chaveiro, meia, adesivo pro carro, bandeira, comprar ingresso pro jogo e, no estádio, ao ver o time perder, quebrar tudo e com os pedaços agredir o adversário até a morte, sem avaliar que aquela pessoa é pai, filho, namorado ou marido de alguém, um ser humano... Um ser humano!
Os jogadores? Estes não estão NEM AÍ para o que aconteceu, “FODA-SE”. Eles perderam, mas receberão o mesmíssimo merecido salário. No máximo darão entrevista e, cheios de erros de português e concordância verbal, pela má qualidade do ensino que tiveram (se tiveram), dirão que “abominaram o ocorrido”.
Ok! Talvez tenha me expressado direito no início do texto: Não gosto do futebol.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SELENA - PARTE II

Ding-dong. Alguém abriu a porta. O tempo parou, não se ouvia os pássaros, pessoas, carros ou sequer o vento, tudo emudeceu. Selena não sentiu sua respiração, seu coração acelerou, seus olhos estagnaram em alguém que fez o mundo girar mais devagar. Selena em pé na frente de um rapaz, belo, estatura mediana, moreno claro, olhos verde água, cabelos castanhos com um corte rebelde, estilo moicano, braços e peitorais fortes. O rapaz em pé, na frente de Selena. Nenhuma palavra, apenas olhares fixos, uma troca de energia, uma chama que preenchia o frio interior da bela sonhadora. Selena estendeu os braços, não disse nada, apenas estendeu os braços, pois não conseguiu projetar uma palavra. O rapaz estendeu os braços, seus olhos ainda se penetravam. Ele pegou a oferta e suas mãos se tocaram levemente, seus corpos se imploraram naquele momento. Selena virou e andou, apenas andou, não correu, fez a única coisa que conseguiu idealizar no momento. Passos firmes, um pé, depois outro... Assim foi até entrar em sua casa, trancar a porta e ignorar sua mãe que, movimentando os lábios e fazendo muitos gestos, não era ouvida. Ao entrar em seu quarto sentiu o ar voltar a seus pulmões, respirou profundamente, como se tivesse sobrevivido a um quase afogamento, o mundo voltou a emitir sons. Tudo havia voltado a um estranho normal, seu quarto ainda era o mesmo, mas tinha um colorido diferente, especial. A releitura de Monalisa na parede parecia sorrir mais, o ar tinha um estranho clima de chuva, daqueles ares agradáveis que a memória guarda de momentos bons... Selena se viu envolvida por um sentimento até então desconhecido: A paixão!
Sábado à noite. Como tantos outros a jovem ignorou o pedido das amigas e resolveu ficar em casa, desta vez, por um motivo mais especial, queria observar pela janela e descobrir o que pudesse sobre a pessoa-visão que teve naquela manhã.
A campainha toca repetidamente. Selena se irrita, pois ninguém atende à porta. Teriam todos saído sem avisar? Contrariada, desceu as escadas e ao atender à porta: Felipe! Disse o belo rapaz com um olhar sedutor. Selena! Retribui a garota sem muito pensar. Após alguns segundos de silêncio, Felipe lhe entrega a bandeja e agradece em nome de seus pais a gentileza pela receptividade. Sentindo a espontaneidade do garoto, Selena sorri e responde que não havia sido nada demais, já que era hábito de sua mãe preparar torta para recepcionar bem “novos vizinhos”. Mesmo não sendo verdade, foi a única resposta que lhe veio. Para quebrar mais um silêncio que se estabelecia, Felipe perguntou se ela conhecia os locais frequentados por jovens da idade deles naquela cidade, já que não havia mudado apenas de cidade, mas sim, de Estado, tendo vindo de São Paulo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SELENA

Selena era uma bela jovem, pele branca e suave, cabelos negros e lisos herdados de sua elegante mãe. Seus olhos eram cor de mel, mas às vezes, principalmente nos dias frios do forte inverno que fazia no sul, ficavam levemente esverdeados... Sua boca tinha um contorno provocante e fazia jus ao corpo adolescente inteiramente delineado. Apesar de, aparentemente, possuir tudo (que uma família estruturada de classe média alta poderia oferecer), a garota tinha olhos tristes, um olhar vazio a exteriorizar o vazio que era o seu coração. Apesar de ser a menina mais desejada de seu colégio, Selena não olhava para os meninos com recíproca no interesse, pois possuía ideais, valores únicos que faziam dela alguém muito especial, era a única virgem de seu seleto grupo de amigas. Ao contrário do que algumas pessoas disseminavam, Selena não era lésbica, apenas acreditava no amor a primeira vista, na atração do primeiro olhar, na certeza dada somente pelo seu coração que “aquele” seria seu príncipe encantado! Aquele que lhe permitiria o seu “Felizes para Sempre”.
Era fim da manhã de um sábado. Não era habitual barulho na rua de sua casa, logo, a garota levantou-se de sua cama para averiguar o que estava acontecendo. Ao sair para a varanda de seu quarto, notou que uma família estava a mudar para a casa ao lado, o que a princípio pareceu estranho, já que ninguém nunca nem cogitou que o senhor e a senhora Stiegel tinham interesse em vender a charmosa casa amarela. Debruçada observando a movimentação, assim como tantos outros vizinhos curiosos, Selena reparou em um homem de jaqueta de couro chegando em uma bela moto e adentrando a garagem. Devia ser o novo proprietário, pensou a bela jovem.
Após um banho de espuma com sais em sua banheira, hábito (quase um ritual) de todo despertar aos sábados, desceu para o desjejum com seus pais e assustou-se com a abordagem eufórica de sua mãe com a novidade de vizinhos novos. Euforia tamanha, que ela mesma, na ausência da doméstica, havia preparado uma atraente torta de boas vindas para os misteriosos novos vizinhos e, sem sobreaviso, anunciou à filha que ela entregaria o “mimo”. Assustada com a inusitada novidade, disse à mãe que não poderia atender ao seu pedido, já que a timidez não lhe permitia sequer imaginar presentear um estranho com uma torta, completando que culturalmente ela só havia visto o feito em filmes norte-americanos. Vinte minutos depois, saia Selena com a torta delicadamente decorada em uma bandeja rumo à casa amarela. Sua mãe possuía argumentos que apenas mães possuem.
Ding-dong. Soprando a franja que caia em seu rosto, pensou: “O que estou fazendo aqui?”. Ela não se questionaria se soubesse que o destino estava a segundos de revelar através da porta a sua frente, a pessoa que lhe traria a mais mágica experiência de sua vida...