quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Instituição daquela comunidade


Quem observa a calmaria nas manhãs que segue os dias, sequer imagina que no silêncio daquela comunidade existem pessoas, dezenas, centenas, pessoas com histórias singulares, com problemas, bons e maus costumes.
Naquela comunidade todos precisam de ajuda! Uns necessitam de alimentação, outros de roupas, mas em sua maioria, a reivindicação é de dignidade. Mas são tantas as famílias, tantos os indivíduos, que inúmeras são as necessidades. O agravante certamente é tentar, no silêncio das manhãs, descobrir quem precisa, do que precisa, o quanto precisa, se precisa. Impossível ser preciso!
Mais duvidosos são os caráteres em cena: Alguns necessitam e recorrem à ajuda, outros também precisam mas não a aceitam; por outro lado, oportunistas não precisam tanto, mas fazem questão de sugar ao máximo o que lhe é oferecido, aliás, fazem da boa ação do ser humano um abrigo para o pecado da preguiça: Não acordam cedo, pois tem quem esteja desde manhã preparando café para seus filhos; não cozinham, para que sujar as mãos, gastar gás, ter que lavar louças, se existe alguém fazendo tudo isso por eles? Basta, apenas, mandar os filhos fazerem as refeições: Sempre desleixados! Sem banho, sem pentear os cabelos, descalços... Por tanto assistencialismo, os pais, que não tem o dever de madrugar, esquecem que deveriam acordar para chamar e levar seus filhos à escola. Falta, falta e mais falta.
Se observarmos a perspectiva deste ponto de vista, certamente emerge um questionamento dentro de nós (ao menos há dentro de mim): Que papel é este da instituição na comunidade? Claro, a resposta não é simples, já que a aprendizagem é diária. Somente a convivência com crianças drogadas, mães prostitutas, foragidos da Lei, traficantes... Vivendo ao lado de pessoas de bem, crianças inocentes, pessoas dignas de dignidade – para exprimirmos a (in)satisfatória resposta: Somos simplesmente necessários. Não imprescindíveis para alimentar o mau costume ou a falta de educação, mas justamente para tentar salvar as crianças, os filhos, desta herança pobre – não socialmente pobre – mas pobreza de espírito, pobreza da tão reivindicada dignidade, oculta, nas tranquilas e assistidas manhãs daquela comunidade...

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