sexta-feira, 9 de novembro de 2012

IRREVERSÍVEL

Não era verão, nem inverno, sequer sabia qual estação predominava, pois ora esquentava demais, ora esfriava demais... Apenas era. Eu sentia saudade dos meus amigos, dos meus pais, sentia saudades da minha cachorra. É! Sentia muita falta da minha cachorra. Sentia uma paz infindável ali, mas me incomodava o fato da inflexibilidade sobre este sentimento, será que todos pensavam como eu? Eu dormia, acordava, dormia, acordava e às vezes eu acho que mudava as nuances das cores do lugar, mas nada que se levasse em consideração.
Outro dia vi alguém diferente passar voando pelo corredor e me dirigi o mais rápido possível para tentar alcançá-lo, mas parece que foi só eu piscar e ele sumiu! Nem vi para que lado aquele ser se escafedeu! Talvez eu esteja ficando louco...
Lá estava a porta. Seria eu capaz de alcançá-la dessa vez? Criei certo pânico depois de tantas tentativas de passar por ela. No início eu a enfrentava, mas sempre despertava no quarto. Não, não estou ficando louco, é natural as pessoas possuírem fobia de algo ou, quem sabe, meu caso não passe de um simples transtorno obsessivo compulsivo?
O fato é que não quero mais a plenitude, a certeza, essa paz! Não são todos que foram feitos para essa realidade. Queria minha ira de volta, a chama que queimava em meu peito, o desejo... Queria gritar alto, muito alto, quero explodir, queria... Queria... Queria a minha vida de volta!
Se foi por mérito eu estar aqui e de tantas possibilidades houve essa inversão do que eu esperava, desejo do fundo de minha alma que o arrependimento me mate novamente...

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